2ª Corrida do Montepio

Uns dias antes da prova:
Eu: “Se um dia baixo dos 35 minutos, deixo a corrida e dedico-me à pesca.”
A seguir à prova:
Miguel: “Então agora vais dedicar-te à pesca?”

No início de Setembro (início da época) falaram-me desta prova. Como era barata e com um percurso plano e já bastante conhecido, decidi inscrever-me com o objetivo de ser a primeira prova da época que iria puxar a sério e na qual já teria algum treino em cima. As coisas não foram bem como eu planeei (participei em outras provas entretanto) mas este sempre foi o meu foco principalmente por causa do percurso.

Depois de uma semana cheia de calor, este domingo começou um pouco mais fresco e com mais uma hora dormida graças à mudança da hora, fui com o Heitor para a missa normal que existe antes das provas. Depois do encontro com o Correr Lisboa e depois com o Weventual (não tendo chegado a tempo para o encontro com o weRun Portugal, sobre o qual falarei em outra altura), seguiu-se o aquecimento e chegou a hora de ir para a partida. Aqui aconteceu a única falha (que eu tenha reparado) da organização da prova a cargo: total e absurda descoordenação no timing de abertura aos atletas da zona da partida, apenas 10 minutos antes da partida. Com cerca de 5000 participantes nos 10 km, custava muito ter feito partida por blocos ou simplesmente abrir a zona da partida mais cedo?

Fonte: Marcelino Almeida

Depois de umas mariquices da HMS lá foi dada a partida. O primeiro quilómetro foi fundamental para aquilo que viria a ser o desfecho da minha prova. Como sempre este foi feito a um ritmo bastante elevado, mas pela primeira vez percebi que poderia aguentar aquele ritmo durante alguns quilómetros. Até aos 5 quilómetros foi sempre a andar, sempre controlando o ritmo 1/2 segundos baixo dos 3:30\km. A estratégia passava por aguentar aquele ritmo e se abranda-se um pouco na segunda parte por cansaço daria pelo menos para fazer abaixo dos 36. Depois da viragem e do medo quando senti o vento a bater contra mim (fator que se revelou insignificante), tentei manter o mesmo ritmo ajudando como sempre o facto de irem aparecendo outros atletas pela frente e tentando-os passar aumentando o ritmo.

Nesta segunda parte aconteceu algo fantástico (para mim): ouvir tanta gente a gritar pelo nome! Foi realmente algo de extraordinário e que me ajudou mesmo muito! Muito obrigado e desculpem por não conseguir retribuir mas realmente o esforço já era demais!

A quebra aconteceu no 8º km numa altura que seguia sozinho (fator que se manteve até ao final) mas na entrada do 9º km apareceu o público a dar o empurrão final. Destaque para o final, com a passagem por baixo do Arco da Rua Augusta e acabando quase no meio da Praça do Comércio. Antes da passagem pelo Arco, olhei para o contador da meta e vi 34’30’’ e caraças! Se tinha chegado ali com aquele tempo não ia deixar que aquela porra de contador passa-se dos 35 minutos!

Já no final! (não sei qual a origem da foto)

Passei a meta com uns inacreditáveis 34’47’’! Nunca na minha vida (na corrida) pensei fazer um tempo destes! Fazer 10 km abaixo dos 3:30\km? Sim claro, nos meus sonhos em que tinha pais quenianos! Mas a verdade é que consegui fazer esta marca, classificando-me em 17º da geral (de 4902 classificados) e 5º do escalão (de 962).

E agora? Um dos objetivos da época foi aniquilado (fazer um tempo na casa dos 35 minutos) faltando-me o objetivo de fazer uma meia maratona abaixo da 1h20m. Nos 10 km, veremos se voltarei a fazer uma marca destas. Na verdade, deveria era cumprir com as minhas promessas e deixar a corrida e dedicar-me à pesca, não é Miguel? Irei pensar seriamente no assunto!