Escrever sobre uma prova em que atingimos os nossos objetivos pode ser frustrante. Por onde começar? O que dizer? Como conseguir explicar o que 44 segundos significam para nós?
Começando pelos dias pré-prova. A minha vida, e praticamente de toda a gente neste nosso cantinho da blogosfera, não gira em torno da corrida. Posso ser-lhe bastante dedicado mas praticamente tudo o resto é mais importante. Nas últimas semanas a minha cabeça tem andado a mil à hora e com assuntos que nada têm haver com o desporto. Os treinos não foram afetados, mas mesmo nestes dava por mim muitas vezes com a cabeça noutro lugar, longe do esforço e da respiração acelerada que a corrida nos provoca. Só neste domingo, praticamente sob a linha da partida, à espera do sinal de partida, é que o coração acelerou com o nervosismo.
Bem e vamos já desmistificar um facto. Vocês já estão fartos de me ouvir dizer que nunca mais fazia esta prova. O que mudou este ano? Deram-me um dorsal VIP. Ah mas VIP dos pequeninos porque a única coisa que tinha direito era em ir para o bloco da frente da prova :) vá e a outra vantagem é que a fila para as casas de banho é mais pequena eheheh. Portanto mais um ano em que fiz o caminho religioso de autocarro e comboio até estar finalmente na zona da partida. E mais um ano em que arrastei os meus pais para estas aventuras :)
Por muito cedo que cheguemos à zona da prova, o tempo acaba por passado a correr. Muita conversa, aquecimento e quando damos por nós, tiro de partida. Pela primeira vez tive a sensação de estar a correr livremente pela ponte, com poucos atletas pela frente e sem sentir que estava a correr dentro de uma lata de sardinhas mal fechada. Mas verdade seja dita, nem uma vez olhei para os lados para ver a vista que estar em cima da ponte nos proporciona.
Começando pelos dias pré-prova. A minha vida, e praticamente de toda a gente neste nosso cantinho da blogosfera, não gira em torno da corrida. Posso ser-lhe bastante dedicado mas praticamente tudo o resto é mais importante. Nas últimas semanas a minha cabeça tem andado a mil à hora e com assuntos que nada têm haver com o desporto. Os treinos não foram afetados, mas mesmo nestes dava por mim muitas vezes com a cabeça noutro lugar, longe do esforço e da respiração acelerada que a corrida nos provoca. Só neste domingo, praticamente sob a linha da partida, à espera do sinal de partida, é que o coração acelerou com o nervosismo.
Bem e vamos já desmistificar um facto. Vocês já estão fartos de me ouvir dizer que nunca mais fazia esta prova. O que mudou este ano? Deram-me um dorsal VIP. Ah mas VIP dos pequeninos porque a única coisa que tinha direito era em ir para o bloco da frente da prova :) vá e a outra vantagem é que a fila para as casas de banho é mais pequena eheheh. Portanto mais um ano em que fiz o caminho religioso de autocarro e comboio até estar finalmente na zona da partida. E mais um ano em que arrastei os meus pais para estas aventuras :)
Por muito cedo que cheguemos à zona da prova, o tempo acaba por passado a correr. Muita conversa, aquecimento e quando damos por nós, tiro de partida. Pela primeira vez tive a sensação de estar a correr livremente pela ponte, com poucos atletas pela frente e sem sentir que estava a correr dentro de uma lata de sardinhas mal fechada. Mas verdade seja dita, nem uma vez olhei para os lados para ver a vista que estar em cima da ponte nos proporciona.
Fonte: A Natureza Ensina |
O ritmo começou alto mas não demasiado alto, o que é habitual numa meia maratona. Fiquei integrado num segundo grupo, não me passando pela cabeça em tentar apanhar o grupo da frente. Quando começamos a descer, aproveitei para abrir a passada e tentar descontrair mantendo o ritmo alto. Ainda havia muita prova pela frente.
Quando acabámos de descer, levamos com o apoio do público que é sempre um bom motivador depois de 5 quilómetros sem ver outra coisa que não atletas. Para mim foi muito importante este apoio pois entrei mais uma vez naquela fase das minhas provas em que fico completamente isolado. Devo cheirar mal só pode.
Esta fase manteve-se durante alguns quilómetros. Após a viragem nos Cais do Sodré, aproveitei novamente o empurrão do público para não diminuir o andamento. Tenho que agradecer ao público espanhol que continua a confundir as cores do Vale Grande como sendo espanholas eheh. Passei aos 10kms abaixo dos 34 minutos. Nessa altura passou-me tudo pela cabeça. Nunca pensei numa meia passar aos 10kms com um tempo tão baixo.
A partir daqui começámos a apanhar os atletas que ainda iam em direção ao Cais do Sodré. E começou a festa dos atletas que não sabem correr na parte da estrada que lhes é destinada. Lá tive que mandar uns berros e pregar uns quantos sustos pois eu não me afastei um centímetro quando via alguém a correr na minha direção. Mas para não pensarem que eu só sei dizer mal, só tenho a dizer uma palavra do fundo do coração: obrigado a todos pelo vosso apoio. Tanta gente que gritou o meu nome. Houve uma parte do percurso que foi tanta gente ao mesmo tempo a gritar por mim que me arrepiei. Obrigado!
Quando acabámos de descer, levamos com o apoio do público que é sempre um bom motivador depois de 5 quilómetros sem ver outra coisa que não atletas. Para mim foi muito importante este apoio pois entrei mais uma vez naquela fase das minhas provas em que fico completamente isolado. Devo cheirar mal só pode.
Esta fase manteve-se durante alguns quilómetros. Após a viragem nos Cais do Sodré, aproveitei novamente o empurrão do público para não diminuir o andamento. Tenho que agradecer ao público espanhol que continua a confundir as cores do Vale Grande como sendo espanholas eheh. Passei aos 10kms abaixo dos 34 minutos. Nessa altura passou-me tudo pela cabeça. Nunca pensei numa meia passar aos 10kms com um tempo tão baixo.
A partir daqui começámos a apanhar os atletas que ainda iam em direção ao Cais do Sodré. E começou a festa dos atletas que não sabem correr na parte da estrada que lhes é destinada. Lá tive que mandar uns berros e pregar uns quantos sustos pois eu não me afastei um centímetro quando via alguém a correr na minha direção. Mas para não pensarem que eu só sei dizer mal, só tenho a dizer uma palavra do fundo do coração: obrigado a todos pelo vosso apoio. Tanta gente que gritou o meu nome. Houve uma parte do percurso que foi tanta gente ao mesmo tempo a gritar por mim que me arrepiei. Obrigado!
Fonte: Luís Duarte Clara |
Foi durante os quilómetros que se seguiram, decidi aquilo que poderá ter sido o meu único erro na abordagem da prova. Levava um gel comigo mas decidi não o tomar. Talvez tenha sido um erro mas nunca o irei saber. Durante 2/3 quilómetros, ultrapassei alguns atletas até me aproximar de um grupo em que seguia o António Sousa. Consegui imprimir um bom ritmo para chegar a esse grupo e quando dei por mim já me tinha distanciado do grupo. Mas felizmente para o que restava da prova, o António Sousa veio comigo.
Até ao quilómetro 17 não houve mais história, apenas um atleta que seguia na nossa frente penso que alemão, e depois de passar por um grupo de apoiantes do mesmo, para me motivar psicologicamente, tentei ter sentimentos nacionalistas e apenas pensava que o tinha de ultrapassar. Isso acabou por acontecer. Chegámos então à viragem, no famoso quilómetro 17.
Até ao quilómetro 17 não houve mais história, apenas um atleta que seguia na nossa frente penso que alemão, e depois de passar por um grupo de apoiantes do mesmo, para me motivar psicologicamente, tentei ter sentimentos nacionalistas e apenas pensava que o tinha de ultrapassar. Isso acabou por acontecer. Chegámos então à viragem, no famoso quilómetro 17.
Fonte: Luís Duarte Clara |
A partir da viragem começou o verdadeiro sofrimento. Apesar da caixa estar boa, comecei a sentir as pernas presas e não conseguia imprimir o mesmo ritmo com que estava antes da viragem. Para terem noção, estava a andar por volta de <3:25\km e o ritmo passou para >3:30\km. Algum vento contra também não terá ajudado mas as desculpas não me interessam. Com esta quebra perdi a hipótese de bater o meu objetivo real para esta prova.
Não há muito mais para contar. No último quilómetro ainda consegui baixar um pouco o ritmo mas mesmo assim nem cheguei perto da média antes da viragem. Apenas serviu para conseguir acabar à frente do António Sousa.
Fonte: Correr Lisboa |
Como muitos de vocês já sabem, passei a meta com o tempo de 01h12m31s, quebrando assim o meu recorde pessoal com por 44 segundos! Tenho a certeza absoluta que se não fosse a quebra final, teria conseguido o meu derradeiro objetivo de terminar com menos 1 minuto que o meu melhor tempo de 01h13m15s feito na Meia Maratona dos Descobrimentos em 2015.
Claro que gostei de saber que fiquei em 40º da geral e em 15º entre os portugueses em prova. Já sei que há alguns anos atrás nem nos primeiros 100 ficava, mas infelizmente o atletismo não caminha para melhor a nível profissional.
Tenho apenas a agradecer outra vez todo o vosso apoio, aos inúmeros comentários que me fizeram e dedicar este recorde pessoal ao meu pai, tal como já o tinha feito na página do Facebook. E claro não posso deixar de dar um agradecimento especial ao André Filipe por todo o trabalho que tem feito comigo. Esta prova é o exemplo real disso!
E agora? Descanso!!! Uma semaninha calminha, de recuperação para o resto da época. Acho que mereço não? :) Até já!
Resultados: EDP Meia Maratona de Lisboa 2017
Claro que gostei de saber que fiquei em 40º da geral e em 15º entre os portugueses em prova. Já sei que há alguns anos atrás nem nos primeiros 100 ficava, mas infelizmente o atletismo não caminha para melhor a nível profissional.
Tenho apenas a agradecer outra vez todo o vosso apoio, aos inúmeros comentários que me fizeram e dedicar este recorde pessoal ao meu pai, tal como já o tinha feito na página do Facebook. E claro não posso deixar de dar um agradecimento especial ao André Filipe por todo o trabalho que tem feito comigo. Esta prova é o exemplo real disso!
E agora? Descanso!!! Uma semaninha calminha, de recuperação para o resto da época. Acho que mereço não? :) Até já!
Resultados: EDP Meia Maratona de Lisboa 2017
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Associação Vale Grande
março 20, 2017
14
Grande, grande tempo Vítor! Muitos parabéns e boa recuperação... A época tem tudo para ser risonha :D
ResponderEliminarObrigado Tiago! Esperemos que continue a ser ☺️
EliminarUm abraço!
Grande relato! Quanto ao teu feito, nem sei o que dizer! :)
ResponderEliminar1.12?!?!?!? É o que já disse várias vezes, não sei onde chegarias se fosses prof a tempo inteiro.
Um abraço e muitos, muitos parabéns!
Pode ser que tenha essa oportunidade noutra vida! Por agora resta-me desfrutar da vida que tenho e fazer o melhor que posso!
EliminarUm abraço
Parabéns! Grande prova e bom resumo da mesma. Abraço
ResponderEliminarMuito obrigado Ivo! Um abraço
EliminarParabéns Vítor! Estás definitivamente no grupo restrito dos melhores atletas nacionais (e a escrever magnificamente também!). Desejo-te os maiores sucessos! Um abraço
ResponderEliminarQuando muito estou entre os bons atletas amadores nacionais :) de resto ainda me falta muito! Mas hei-de la chegar! Um abraço
EliminarMuitos parabéns! Foi um excelente tempo mesmo que não tenhas conseguido o teu objectivo. Boa recuperação :)
ResponderEliminarObrigado! Há muitas oportunidades para conseguir este objetivo! ☺️
EliminarAdorei o teu testemunho :)
ResponderEliminarTambém sou corredora e blogger (podes ver a minha experiência em nada idêntica à tua, aqui: http://runningvsscience.blogs.sapo.pt/edp-meia-maratona-de-lisboa-a-minha-15052)
Apesar de ser a minha primeira meia-maratona, identifico-me com muita coisa que disseste: fazer a prova sozinha e aquela viragem ao km 17 .. Uma tortura! Uma pessoa sabe que está quase no fim, mas as pernas pesam... E o calor era infernal...
Acabei por me estrear em 1h54 com um pace médio de 5'25 :)
Fiquei muito feliz!
A próxima será no Porto, onde tentarei baixar dos 1h50!! Veremos :)
Até lá... Boas provas campeão :) Que excelente tempo! De elite!! :D
Obrigado pelo comentário Nádia e parabéns pela tua primeira meia! :)
EliminarParece-me muito bem a decisão de fazeres a meia do Porto, ainda faltam muitos meses, podes fazer uma boa preparação :)
Força!
Parabéns Vitor! Mais uma grande prova!
ResponderEliminarNão menosprezes o teu 15º lugar entre portugueses... que é muito, muito bom e com um regsito fantástico! Se outros não aparecem, apareces tu ;)
Abraço
Obrigado pelo incentivo Luís! Um abraço
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