Apenas três semanas passaram desde os 20k de Almeirim mas muito aconteceu na minha vida. Quem anda nestas coisas do desporto e leva a coisa minimamente a sério, sabe como a nossa vida pessoal pode afetar a nossa cabeça psicologicamente no que ao desporto diz respeito. Era esse o meu grande medo quando foi dado o sinal de partida em Abrantes. Mas felizmente isso não aconteceu.
Pela primeira vez pernoitar a uma localidade com o objetivo de fazer uma prova na mesma no dia seguinte. Agradeço aqui publicamente ao meu amigo Rui Martins e à família por me receberem! Até tive o luxo de ir fazer o reconhecimento do circuito da prova na noite anterior e podem crer que me ajudou na prova. Percebemos que tínhamos de gerir a nossa prova nos primeiros 7 quilómetros por causa das muitas subidas que o percurso tinha e depois desses 7 quilómetros a prova entrava numa fase mais tranquila. Mas foi apenas o que pareceu dentro do carro.
De manhã foi tudo muito tranquilo pois estávamos quase ao lado da partida. Tivemos tempos de ir buscar os dorsais, voltar a casa, equipar de forma bem descontraída e ir a aquecer para o local da prova. Poucos minutos para o arranque e lá fomos nós para a linha de partida. O arranque da prova foi rápido mas controlado. Depois de Almeirim não iria repetir o mesmo erro. Sei que uma das minhas poucas qualidades na corrida é ter um início controlado e conseguir manter e até ir aumentado a intensidade gradualmente.
Na frente formou-se um bom grupo de atletas, havendo alguns atletas depois que seguiam sozinhos e logo a seguir ia eu num grupo de atletas que seguiam num bom ritmo. Durante muitos quilómetros consegui ir com eles, indo alternando entre a frente e a parte de trás do grupo. Os tais primeiros 7 quilómetros passaram num instante e na verdade nem custaram assim tanto. O problema foi o que veio depois.
Tudo parecia encaminhado para me manter com aquele grupo mas a partir dos 10 quilómetros alguma coisa mudou. Foi por esta altura que tomei o gel que levava comigo. Não tenho por hábito tomar nada em provas mas em distâncias mais longas mais vale não arriscar. E depois de Almeirim não queria falhar em nada. Passado algumas centenas de metros, comecei a não conseguir acompanhar o grupo onde estava. Não desanimei mas também estava contente com o que estava a acontecer.
Por esta altura a prova entrava numa fase de curva contra curva, sobe e desce constante. Isto foi assim até ao retorno nos 15 quilómetros. Mas tal como o próprio nome indica é um retorno portanto mais curva contra curva, mais sobe e desce constante. Porra, na noite anterior parecia tudo plano!
Na verdade esta parte é a mais bonita da prova, com uma bonita paisagem com o Rio Tejo a apresentar-se em todo o seu esplendor. O grupo mantinha-se a uma distância controlada e não demonstrava sinais de querer abrandar. Mas era agora ou nunca. Sentia os meus quadríceps a querem fraquejar, o meu ritmo a diminuir, mas sentia-me efetivamente melhor que na desgraça de Almeirim. Era altura de apertar comigo.
Dei aquilo que podia e senti que podia apanhar o grupo que seguia já um pouco desmembrado à minha frente. O 19º quilómetro foi o meu quilómetro mais lento da prova (3:44/km) mas parecia que ia a velocidade de cruzeiro! Consegui ultrapassar dois atletas e ganhar forças para entrar no 20º quilómetro a ultrapassar um terceiro atleta. Depois foi aguentar o ritmo e nos últimos 780 metros fiz um ritmo de 3:20/km tendo conseguido manter as posições que tinha ganho.
Passei a meta com 1h13m36s, no 11º lugar da geral e um 5º lugar do escalão. O que me deixou realmente satisfeito foi ter conseguido uma boa média, 3:32/km, num percurso algo complicado. A desgraça de Almeirim e os problemas pessoais ficaram para trás e nem mesmo o facto de ter ficado a um lugar dos prémios monetários (10 primeiros da geral) me conseguiu esmorecer.
A prova acabou com 20,780 km. Não vou argumentar se lhe faltam 300 metros, são demasiadas curvas para uma marcação perfeita do GPS. Mas mesmo assim são muitos metros de erro... De resto boa organização, nada a apontar. E ainda tivemos direito a um almoço antes de nos fazermos à estrada. Por 5€, é um trabalho fantástico. Corrijam o problema da distância e têm uma prova para muitos anos!
Muitos parabéns aos meus colegas de equipa, principalmente à Carmen Ferreira que mesmo lesionada consegui um excelente 6º lugar feminino e 2º F45!
Agora é recuperar forças, daqui a duas semanas a distância diminui mas a intensidade vai aumentar. Até aos Descobrimentos!
Resultados: Meia Maratona de Abrantes
Pela primeira vez pernoitar a uma localidade com o objetivo de fazer uma prova na mesma no dia seguinte. Agradeço aqui publicamente ao meu amigo Rui Martins e à família por me receberem! Até tive o luxo de ir fazer o reconhecimento do circuito da prova na noite anterior e podem crer que me ajudou na prova. Percebemos que tínhamos de gerir a nossa prova nos primeiros 7 quilómetros por causa das muitas subidas que o percurso tinha e depois desses 7 quilómetros a prova entrava numa fase mais tranquila. Mas foi apenas o que pareceu dentro do carro.
De manhã foi tudo muito tranquilo pois estávamos quase ao lado da partida. Tivemos tempos de ir buscar os dorsais, voltar a casa, equipar de forma bem descontraída e ir a aquecer para o local da prova. Poucos minutos para o arranque e lá fomos nós para a linha de partida. O arranque da prova foi rápido mas controlado. Depois de Almeirim não iria repetir o mesmo erro. Sei que uma das minhas poucas qualidades na corrida é ter um início controlado e conseguir manter e até ir aumentado a intensidade gradualmente.
Na frente formou-se um bom grupo de atletas, havendo alguns atletas depois que seguiam sozinhos e logo a seguir ia eu num grupo de atletas que seguiam num bom ritmo. Durante muitos quilómetros consegui ir com eles, indo alternando entre a frente e a parte de trás do grupo. Os tais primeiros 7 quilómetros passaram num instante e na verdade nem custaram assim tanto. O problema foi o que veio depois.
Tudo parecia encaminhado para me manter com aquele grupo mas a partir dos 10 quilómetros alguma coisa mudou. Foi por esta altura que tomei o gel que levava comigo. Não tenho por hábito tomar nada em provas mas em distâncias mais longas mais vale não arriscar. E depois de Almeirim não queria falhar em nada. Passado algumas centenas de metros, comecei a não conseguir acompanhar o grupo onde estava. Não desanimei mas também estava contente com o que estava a acontecer.
Por esta altura a prova entrava numa fase de curva contra curva, sobe e desce constante. Isto foi assim até ao retorno nos 15 quilómetros. Mas tal como o próprio nome indica é um retorno portanto mais curva contra curva, mais sobe e desce constante. Porra, na noite anterior parecia tudo plano!
Na verdade esta parte é a mais bonita da prova, com uma bonita paisagem com o Rio Tejo a apresentar-se em todo o seu esplendor. O grupo mantinha-se a uma distância controlada e não demonstrava sinais de querer abrandar. Mas era agora ou nunca. Sentia os meus quadríceps a querem fraquejar, o meu ritmo a diminuir, mas sentia-me efetivamente melhor que na desgraça de Almeirim. Era altura de apertar comigo.
Dei aquilo que podia e senti que podia apanhar o grupo que seguia já um pouco desmembrado à minha frente. O 19º quilómetro foi o meu quilómetro mais lento da prova (3:44/km) mas parecia que ia a velocidade de cruzeiro! Consegui ultrapassar dois atletas e ganhar forças para entrar no 20º quilómetro a ultrapassar um terceiro atleta. Depois foi aguentar o ritmo e nos últimos 780 metros fiz um ritmo de 3:20/km tendo conseguido manter as posições que tinha ganho.
Passei a meta com 1h13m36s, no 11º lugar da geral e um 5º lugar do escalão. O que me deixou realmente satisfeito foi ter conseguido uma boa média, 3:32/km, num percurso algo complicado. A desgraça de Almeirim e os problemas pessoais ficaram para trás e nem mesmo o facto de ter ficado a um lugar dos prémios monetários (10 primeiros da geral) me conseguiu esmorecer.
A prova acabou com 20,780 km. Não vou argumentar se lhe faltam 300 metros, são demasiadas curvas para uma marcação perfeita do GPS. Mas mesmo assim são muitos metros de erro... De resto boa organização, nada a apontar. E ainda tivemos direito a um almoço antes de nos fazermos à estrada. Por 5€, é um trabalho fantástico. Corrijam o problema da distância e têm uma prova para muitos anos!
Muitos parabéns aos meus colegas de equipa, principalmente à Carmen Ferreira que mesmo lesionada consegui um excelente 6º lugar feminino e 2º F45!
Agora é recuperar forças, daqui a duas semanas a distância diminui mas a intensidade vai aumentar. Até aos Descobrimentos!
Resultados: Meia Maratona de Abrantes
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Abrantes
novembro 20, 2017
11
De carro as subidas não parecem ter a mesma inclinação que a correr. O melhor exemplo é quando passamos de carro ao décimo km do Fim da Europa e nos recusamos a acreditar que é a mesma subida que julgamos ser uma parede quando lá passamos em prova! Muitos parabéns por mais uma excelente prova com um ritmo diabólico! Força para as próximas! Um abraço
ResponderEliminarÉ verdade sim senhor... talvez um dia ganhe coragem para fazer outra vez o Fim da Europa ehehe
EliminarObrigado João! Um abraço
Parabéns pela excelente prova! Mete os problemas para trás das costas que tu corres mais que eles! Abraço!
ResponderEliminarObrigado! Às vezes é preciso simplesmente isso, mandar os problemas para trás das costas!
EliminarAbraço
Ganda prova ... muitos parabéns. Eu fico fulo quando as provas clássicas não tem a distância certa (margem de erro pequena aceita-se), especialmente quando o tempo daria para um RP bem suado. Boa recuperação. Abraço
ResponderEliminarObrigado ganda Perneta!
EliminarÉ verdade irrita um bocado... Eu com distância a mais não fico chateado... agora a menos irrita-me um bocado!
Abraço
"são demasiadas curvas para uma marcação perfeita do GPS"
ResponderEliminar"Corrijam o problema da distância e têm uma prova para muitos anos!"?
Pode usar uma das muitas ferramentas online para medir o percurso e depois saberá. Não me parece correcto dizer para corrigirem algo sem ter certeza do assunto.
Bom dia,
EliminarPrimeiro, que tal identificar-se para termos uma discussão civilizada?
Segundo, se realmente quer utilizar argumentos válidos, nunca pode pode sugerir ferramentas online para medição. São tão más ou piores que um relógio com GPS. E o meu relógio está muito longe de ser barato e é incrível como tantos outros deram distâncias iguais ou mais baixas que o meu.
Se for para aferir a real distância da prova, existem métodos de medição oficiais da FPA e esses sim é que devem ser utilizados.
Cumprimentos,
Vitor Oliveira
É pelo facto de alguns utilizarem as ferramentas de medição online que muitas provas tem distâncias completamente desfasadas da realidade. Em estrada mas ainda mais no trail.
Eliminarparabens, este ano vou participar e este post ja me da umas dicas ;) carrega :)
ResponderEliminarBoa sorte Pedro!
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