No mês de Fevereiro do ano passado realizei uma das aventuras que mais me deu gozo desde que comecei a correr: o Challenge da Caparica (desafio 1, desafio 2, desafio 3). Este ano estava entusiasmado com a ideia de participar outras vez neste desafio mas infelizmente não se realizou. No entanto, a prova rainha continua bem viva e não pude deixar de participar no Grande Prémio do Atlântico.
A festa não ficaria completa sem o pódio na classificação coletiva, com o Vale Grande a ficar no 3º lugar! Mais uma vez esperava conseguir pelo menos um 2º lugar por equipas mas havemos de lá chegar!
A semana anterior à prova foi mais calma que o normal o que fez com que diminuísse a minha perceção que ainda continuo ligeiramente constipado. Mas a verdade é que a expectoração (desculpem a nojice) ainda cá mora e isso acaba sempre por afetar a capacidade respiratória. De corpo sentia-me bem e era isso que me interessava.
Cheguei cedo à prova, recolhi os dorsais da minha equipa e ainda os consegui distribuir pelos meus colegas de equipa tranquilamente. Fiz um bom aquecimento na companhia do Rui Martins, e depois de umas retas foi hora de ir para a partida. Faltavam segundos para a prova começar quando o meu coração começa a bater mais depressa fruto do nervosismo e excitação. Partida dada!
Mesmo estando quase na frente do bloco de partida fiquei com muitos a atletas à minha frente. Acelerei, fiz um ou outro zig zag e juntei-me aos atletas que estavam na frente da prova. Algumas piadas trocadas (só ai reparei que tinha ao meu lado o vencedor da prova do ano anterior) e olhei para o relógio: 3:30/km?! Então mas estamos a brincar ou quê? Eheheh Puxei a frente da prova para ritmos dignos de início de uma prova deste calibre e apenas um pequeno grupo me acompanhou.
Fonte: Xistarca |
Tão rápido se formou um pequeno grupo na frente da prova, como tão rápido descolaram dois atletas para a frente sem os conseguir acompanhar. Segui durante alguns quilómetros sempre acompanhado do atleta Hugo Augusto do Belém Runners. Seguíamos num ritmo rápido, o que também contribuiu a alteração do percurso da prova, que para além de ter começado num local diferente, praticamente inverteu o habitual circuito, ficando o paredão para o final.
Por volta do 5º km fizemos um retorno o que permitiu ganhar um folgo psicológico graças às muitas manifestações de força que ia recebendo. E que diferença fizeram, pois nesta altura seguia contra o vento! Foi então que quando entrei no 7º km a prova mudou. Tinha chegado o famoso paredão.
Pronto, antes do paredão seguiu-se uma parte meio de asfalto, meio terra batida e só depois entramos no paredão. E com isso veio o vilão de qualquer atleta: o vento contra. E para que não bastasse, o paredão não tinha controlo do fluxo das pessoas. Eu já participei em algumas organizações de provas (qualquer dia faço um artigo sobre isso, nunca cheguei a divulgar algumas experiências) e uma coisa fácil de fazer era porem duas secções de grades (ou até fita simplesmente!) para os atletas poderem ir pelo meio e as pessoas, crianças, bicicletas, animais (passou-me de tudo à frente...) irem pelas laterais. Revejam isso, não custa nada...
O paredão foram dois quilómetros sempre a perder ritmo. Fui teimoso e não quis olhar para trás. Senti que o Hugo do Belém Runners se estava a aproximar mas estava concentrado em fazer a minha prova e se tivesse que decidir alguma coisa, que fosse no último quilómetro. Foi uma coisa boa no aquecimento ter ido até à ponta do paredão e ter percebido que o último quilómetro seria já fora do mesmo, ou seja, asfalto em linha reta até à meta.
Saímos do paredão e o Hugo apanhou-me facilmente e foi para a minha frente. Com algum esforço consegui meter-me ao lado dele e deixei-me ir até sentir que estávamos a a pouco mais de 500m da meta. Então decidi que seria aquele o momento para arriscar. Dei aquilo que podia e fui para a frente e fui ganhando distância, ia olhando para trás e senti que poderia ser feliz. A 100m metros da meta percebi que estava novamente em risco, dei tudo o que tinha, senti que estava praticamente a voar!
Fonte: A Natureza Ensina |
Sim! Consegui cortar a meta em 3º lugar! Como podem ver pela foto a distância foi curtíssima! Para perceberem bem o despique que houve, o meu 9º km ainda no paredão foi feito a 3:33/km, sendo que o meu 10º foi a 3:10/km. E os últimos 100m (a prova tinha o 10.1km) foram a 2:59/km! Cortei a meta com 34m04s, 13 segundos melhor que o ano passado.
Nas condições em que foi, fiquei contente com o resultado. Para terem noção e voltando à nojice, à entrada do último quilómetro, estava a sentir expetoração na garganta, o que me fez uma grande confusão. A verdade é que esperava ter batido aqui um recorde pessoal e isso não me deixou ficar totalmente satisfeito.
Fonte: Xistarca |
Fonte: Xistarca |
E para a semana avizinha-se uma jornada dupla: corta-mato do Catujal e a Corrida das Lezírias. Até lá!
Resultados: XIX Grande Prémio do Atlântico
Fonte: Xistarca |
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Associação Vale Grande
fevereiro 26, 2018
6
Excelente artigo
ResponderEliminarObrigado Flávio!
EliminarMais uma grande prova! Muitos parabéns!
ResponderEliminarQuando passei no paredão ainda havia alguma indisciplina dos transeuntes mas terá sido bastante menos pois estava a passar o grosso do pelotão e aí tinham que se resguardar um pouco. Imagino que na tua altura, quando ainda é a conta-gotas, tenha sido muito mais complicado, além de prejudicar incomparavelmente mais pela velocidade canhão que levam.
No final do artigo faltou escreveres qual é a 2ª prova da jornada dupla.
Um abraço e boa sorte para a sessão dupla!
Obrigado João!
EliminarPois exatamente... Eu sei que aquilo é uma zona de vento e junto ao mar, o que não é propriamente o melhor para estar a colocar grades (ou baias como algumas pessoas lhe chamam). Mas então que pusessem lá pessoas da organização, algumas a pé, outras de bicicleta... tantas soluções...
Obrigado pela correção, nem sei o que se passou, eu tinha escrito a frase e precisei de editar o artigo depois de publicar e pelos vistos apaguei metade sem querer. Vou às Lezírias!
Um abraço
Pois, andaste a brincar como é que querias bater o record! Qualquer dia ainda te vejo a treinar a 5 ao km!
ResponderEliminarGostei de ler grande Vítor, e bonito esta rivalidade saudável, ver-te sempre a minha frente ajudou-me muito a tentar ir buscar-te, por isso ainda me ajudaste a fazer um bom tempo, vamo-nos vendo por aí amigo... abraço e bons treinos
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