Como o tempo passa. A primeira vez que fiz esta prova (e única) foi em 2015. E porque é que esta prova me ficou tanto na memória? Porque foi a primeira vez que fiz uma prova pela Associação Vale Grande. Mal sabia que passado 4 anos ainda estaria com esta minha família do atletismo e que iríamos ter um crescimento tão grande. Podem ver aqui o resumo dessa primeira aventura.
Ainda nem tenho bem consciência que já passou mais de um mês desde Sevilha. Tenho que ser honesto: os treinos podem parecer bons no Strava/Garmin mas a verdade é que ainda não consegui voltar a introduzir o chip competitivo. Tentei entusiasmar-me ao máximo com esta prova mas não consegui manter o foco necessário quer a nível de descanso quer a nível de alimentação. E todos sabemos o quanto isso pode afetar negativamente o nosso rendimento.
Desculpas de merda de parte, hoje fiz a viagem na companhia do Rui Henriques para Salvaterra. Chegámos, fomos logo ter com a nossa equipa e como ainda era cedo, ficámos bastante tempo na conversa e a descontrair antes de uma prova que se adivinhava algo sofrida com o calor e vento que haviam. Depois de um bom aquecimento em conjunto e com as palhaçadas do costume, segui para a partida confiante num bom resultado mas sabendo que existiam atletas que com certeza iriam subir ao pódio à minha frente.
Partida dada e... seguiu-se um ritmo quase tranquilo. Era um ritmo alto mas sem ser aquela loucura que existem algumas provas de 10km. Seguiam três atletas à frente e logo a seguir seguia um grupo bem maior no qual eu me incluía. Os atletas que iam na frente (desculpem a honestidade) era mais que sabido que pouco lá iriam durar. Depois da primeira volta dentro da vila, saímos para fora e passado 1/2 kms o nosso grupo passou para a frente da prova liderado pelo Edgar Jacinto que se encontra em grande forma. Entre os 4/5 kms começou a verdadeira prova.
Sabíamos que estava vento mas não sabíamos que íamos andar mais de 3kms com ele de frente. Quase involuntariamente íamos alternando quem ia na frente do grupo, sempre com o Edgar uns bons metros mais à frente. O Carlos Cardoso seguia ao meu lado mas tinha plena noção que ele mais quilómetro menos quilómetro iria seguir para a frente da prova. Para piorar a situação, entrámos em mais de 1km de terra batida e sendo esta uma prova de ida e volta, era óbvio que teríamos que enfrentar aquele piso outra vez.
Foram 3 quilómetros com muito sofrimento, em que os ritmos foram acima dos 3:35/km. Sou sincero, nunca pensei andar a esses ritmos hoje. Estava a apostar numa prova facilmente sempre abaixo dos 3:30/km. Mas claro, na viragem tudo mudou. O vento parou e o mundo parece que ficou em silêncio, apenas ficando no ar o som da nossa passada e da nossa respiração.
Tal como previa, o Carlos Cardoso atacou e facilmente tomou a dianteira da prova. Eu já ia muito desgastado mas consegui aumentar o ritmo e segui como podia junto do grande Francisco Pedro (quando tiver 48 anos também quero andar assim!). Seguimos os dois sempre em boa rotação, apenas começando a acusar o desgaste aos 10kms. Disse ao Francisco que não ia conseguir mais e não estava a mentir. Naquele momento se pudesse atirava-me para o chão e ficava à espera que me atirassem um balde de água fria no corpo.
Quando o nosso corpo fraqueja, a cabeça está lá para assumir. À entrada da Vila o Francisco disse para eu ir para a frente. Disse-lhe para irmos os dois e comecei a tentar puxar pelas últimas forças que tinha. Gostava que me tivessem filmado, pois as caras de esforço que eu devo ter feito até final da prova devem ter sido épicas. E assim passei a meta e fiquei à espera do Francisco para lhe dar um abraço por aquela luta que tivemos para acabar a prova.
Foi um 3º lugar da geral e um 2º lugar no escalão agridoces. É incrível ver que há quatro anos o meu tempo foi de apenas mais 17 segundos. O tempo de 42m32s e uma média de 3:27/km não me deixa satisfeito mas cabe-me a mim inverter os acontecimentos e voltar ao foco que sei que sou capaz de impôr na minha vida e apostar tudo o que tenho até final da época.
Não esperem por mim. Eu é que vos vou apanhar. Prometo.
Resultados: XIX 12 KM Salvaterra de Magos
Ainda nem tenho bem consciência que já passou mais de um mês desde Sevilha. Tenho que ser honesto: os treinos podem parecer bons no Strava/Garmin mas a verdade é que ainda não consegui voltar a introduzir o chip competitivo. Tentei entusiasmar-me ao máximo com esta prova mas não consegui manter o foco necessário quer a nível de descanso quer a nível de alimentação. E todos sabemos o quanto isso pode afetar negativamente o nosso rendimento.
Desculpas de merda de parte, hoje fiz a viagem na companhia do Rui Henriques para Salvaterra. Chegámos, fomos logo ter com a nossa equipa e como ainda era cedo, ficámos bastante tempo na conversa e a descontrair antes de uma prova que se adivinhava algo sofrida com o calor e vento que haviam. Depois de um bom aquecimento em conjunto e com as palhaçadas do costume, segui para a partida confiante num bom resultado mas sabendo que existiam atletas que com certeza iriam subir ao pódio à minha frente.
Partida dada e... seguiu-se um ritmo quase tranquilo. Era um ritmo alto mas sem ser aquela loucura que existem algumas provas de 10km. Seguiam três atletas à frente e logo a seguir seguia um grupo bem maior no qual eu me incluía. Os atletas que iam na frente (desculpem a honestidade) era mais que sabido que pouco lá iriam durar. Depois da primeira volta dentro da vila, saímos para fora e passado 1/2 kms o nosso grupo passou para a frente da prova liderado pelo Edgar Jacinto que se encontra em grande forma. Entre os 4/5 kms começou a verdadeira prova.
Sabíamos que estava vento mas não sabíamos que íamos andar mais de 3kms com ele de frente. Quase involuntariamente íamos alternando quem ia na frente do grupo, sempre com o Edgar uns bons metros mais à frente. O Carlos Cardoso seguia ao meu lado mas tinha plena noção que ele mais quilómetro menos quilómetro iria seguir para a frente da prova. Para piorar a situação, entrámos em mais de 1km de terra batida e sendo esta uma prova de ida e volta, era óbvio que teríamos que enfrentar aquele piso outra vez.
Foram 3 quilómetros com muito sofrimento, em que os ritmos foram acima dos 3:35/km. Sou sincero, nunca pensei andar a esses ritmos hoje. Estava a apostar numa prova facilmente sempre abaixo dos 3:30/km. Mas claro, na viragem tudo mudou. O vento parou e o mundo parece que ficou em silêncio, apenas ficando no ar o som da nossa passada e da nossa respiração.
Tal como previa, o Carlos Cardoso atacou e facilmente tomou a dianteira da prova. Eu já ia muito desgastado mas consegui aumentar o ritmo e segui como podia junto do grande Francisco Pedro (quando tiver 48 anos também quero andar assim!). Seguimos os dois sempre em boa rotação, apenas começando a acusar o desgaste aos 10kms. Disse ao Francisco que não ia conseguir mais e não estava a mentir. Naquele momento se pudesse atirava-me para o chão e ficava à espera que me atirassem um balde de água fria no corpo.
Quando o nosso corpo fraqueja, a cabeça está lá para assumir. À entrada da Vila o Francisco disse para eu ir para a frente. Disse-lhe para irmos os dois e comecei a tentar puxar pelas últimas forças que tinha. Gostava que me tivessem filmado, pois as caras de esforço que eu devo ter feito até final da prova devem ter sido épicas. E assim passei a meta e fiquei à espera do Francisco para lhe dar um abraço por aquela luta que tivemos para acabar a prova.
Foi um 3º lugar da geral e um 2º lugar no escalão agridoces. É incrível ver que há quatro anos o meu tempo foi de apenas mais 17 segundos. O tempo de 42m32s e uma média de 3:27/km não me deixa satisfeito mas cabe-me a mim inverter os acontecimentos e voltar ao foco que sei que sou capaz de impôr na minha vida e apostar tudo o que tenho até final da época.
O Vale Grande, no primeiro lugar do pódio! |
Resultados: XIX 12 KM Salvaterra de Magos
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12 KM Salvaterra de Magos
março 24, 2019
4
Terceiro lugar à geral, segundo no escalão, primeiro colectivo, mas não estás satisfeito, sinal que sentes poderes mais. Força para isso!
ResponderEliminarUm abraço e parabéns pelo resultado
Para mim o caminho é para a frente João, tenho sempre ambição de querer mais e melhor :)
EliminarObrigado! Um abraço
3,27m/km não é correr, é ....... voar
ResponderEliminarParabéns ohhhhhhhhh Carlos Lopes :)
MIKE
Happyrun
Ui quem me dera a mim algum dia chegar perto do nível do Carlos :)
EliminarObrigado!