Salvaterra de Magos é uma daquelas provas que me está sempre na cabeça. Em 2015, foi a primeira prova que fiz pela Associação Vale Grande. Em 2019, curiosamente foi uma das últimas que fiz pelo mesmo clube. Não é uma prova que me fascine, o seu percurso é demasiado monótono e propenso a um ventinho desagradável, mas por outro lado é daquelas provas locais que tanto gosto de fazer, em que a população nos recebe de braços abertos, ao contrário das nossas provas aqui por Lisboa.
Eu encarei esta prova com um simples objetivo. Não queria saber de quem aparecia de outros clubes. Na minha cabeça só existia uma frase: ou vai, ou racha. Depois do decepcionante desempenho nas Lezírias, apenas queria recuperar o meu orgulho e demonstrar a mim mesmo que a metodologia de treino esta época está a resultar. E acho que posso dizer que o consegui fazer.
Depois de alguns minutos de galhofa com o pessoal da equipa, equipei-me e fui aquecer. Estou sempre a dizer que uma das coisas boas de aquecer numa prova é ter sempre companhia, mas se aos 200 metros depois de começar a correr em grupo vais logo à casa de banho, bem, vais acabar a fazer o aquecimento sozinho. Mas claro que para o fim, foi sempre bom voltar a ver os meus velhos amigos do Vale Grande.
Alinhando na partida, percebi bem com quem iria ser dividida a festa dos primeiros quilómetros. Porque depois dessa fase, a festa é sempre outra. Partida dada às 10h30 certas, e a loucura instalou-se. Seguiram-se dois quilómetros pelo centro de Salvaterra, a uma média de 3:10/km. Ao contrário das Lezírias, senti-me bem, e não quis saber se íamos a ritmos impossíveis de manter para mim. Acompanhei o grupo da frente, onde iam acontecendo trocas de posições sucessivas. Mas apenas uma vez existiu uma troca de posição com o atleta que viria a passar a meta no primeiro lugar. O Hugo Rodrigues (Federação da Família) lançou-se para a frente do José Gaspar (atleta da minha equipa), mas foi sol de pouca dura, tendo o Gaspar recuperando a posição novamente e liderando a prova até ao final.
Foto: Pedro Pereira |
Tal como disse, nesta prova não queria ter juízo. Então lancei-me para a frente do grupo que seguia já longe do José Gaspar, e quem quisesse vinha comigo. O Hugo Rodrigues veio comigo. E sabem que mais? A história desta prova fica por aqui até aos 11km. Isto porque eu e o Hugo fomos juntos durante toda a prova, enfrentando o vento que se fez sentir na primeira metade da prova, e prosseguindo juntos quando no retorno fecharam as janelas e finalmente conseguimos meter um ritmo mais rápido, apesar de já algo desgastados.
Aos 11km, aconteceu o que eu honestamente já estava a prever. Se me pedissem para correr mais 5km aquele ritmo, aguentava. Mas ter que aumentar o ritmo para ganhar ao sprint com o Hugo? Impossível. Mal entramos nos 11km, o Hugo foi-se distanciando de mim. Na última subida antes de entrar novamente em Salvaterra, não consegui de todo manter o ritmo, baixando este para cima dos 3:30/km. Mesmo depois embalado pelo público, aumentando o ritmo para baixo dos 3:20/km, já não foi possível fazer nada.
E o que é que isto tudo significou? Mais de dois minutos abaixo do meu melhor tempo nesta prova (40m27s vs 42m32s), uma média de 3:21/km, e curiosamente uma repetição da classificação de 2019: 3º lugar da geral e 2º lugar do escalão. E para coroar esta magnífica manhã d'Os Belenenses, um magnífico 1º lugar por equipas masculinas, e 2º lugar por equipas femininas! Excelente!
Agora vem aí um novo bloco de treinos! Estava inscrito na Corrida dos Sinos, mas optei por anular a minha inscrição para poder treinar como deve ser para o Campeonato Regional de Estrada! Falamos daqui a três semanas! Bons treinos!
Gostaram do artigo? Apoiem o blog comprando aqui o vosso material desportivo.
Resultados: XX 12 Km Salvaterra de Magos
Comentários
Enviar um comentário