Análise Kiprun KD900 2




A Decathlon começou a sua renovação de imagem no mundo da corrida (na minha opinião) com a gama 900. Desde os famosos papa quilómetros Kiprun KS900 até aos KD900X que não recolheram as melhores críticas, têm aprendendo, melhorando e trazido a cada ano que passa mais e melhores modelos para o mercado. O apogeu desta renovação deu-se há pouco tempo atrás, com o atleta Jimmy Gressier a bater o recorde Europeu aos 5K com os novos Kiprun KD900X Lab (ainda não disponíveis no nosso mercado, mas terão um preço de 300€). O aumento de qualidade também se refletiu no preço, mas mesmo assim a Kiprun continua a desafiar o mercado com preços tipicamente abaixo da concorrência.

Entramos então no já famoso mundo dos “super trainers”. A primeira incursão da Kiprun neste campo foi com os Kiprun KD900, que tal como disse na minha análise, foi um dos modelos mais surpreendentes que tinha tido o prazer de experimentar. E de realçar que estávamos a falar de algo sem carbono. Em Outubro do ano passado foi então lançada a segunda iteração deste modelo, os Kiprun KD900 2. Felizmente antes da minha paragem por causa da pubalgia, ainda tive o prazer de os calçar por umas boas dezenas de quilómetros e consegui perceber tudo o que já tinha lido e visto sobre eles.



Começando exatamente pelo aspeto visual, aqui falamos de uma evolução que é difícil pôr em palavras. Os KD900 eram provavelmente os ténis para treinos de performance com um aspeto mais “sem sal” do mercado em 2023. Os novos KD900 2 transformaram-se por completo e ganharam um aspeto agressivo e chamativo. Quem os calçar, pelo menos na cor que eu tenho, ao correr na rua vão estar sempre a chamar a atenção para os vossos pés. Quando calçados pela primeira vez, percebemos que mesmo a nível de conforto subiu vários pontos, passando perfeitamente por um modelo de corrida continua. Apenas um conselho antes de comprarem: este é também um modelo da Kiprun que eu uso um número abaixo do normal (40 em vez do 41). Isto acontece-me nos modelos de performance da marca (gama KD), sendo que nos modelos da gama KS já uso o normal 41.

Vamos então para a estrada. Primeiro que tudo temos de saber situar os KD900 2. Este modelo serve essencialmente para treinos de Tempo e intervalados longos. É aqui que conseguem maximizar tudo o que este modelo tem para oferecer, tal como os famosos PUMA Deviate Nitro (análises ao modelo 2 aqui, e ao 3 aqui) e Saucony Endorphin Speed. Mas de notar que aqui temos a componente de carbono já introduzida, enquanto os KD900 2 conseguem rivalizar com estes modelos, não tendo qualquer componente de carbono. Para isso a Kiprun apostou na espuma VFOAM PLUS, permitindo sentirmos na passada aquele retorno de energia e ao mesmo tempo um bom nível de amortecimento, que acabamos por gostar de sentir nos modelos de competição com carbono. 




Mas porque nós não vivemos só de treinos de qualidade, também corri várias vezes com eles em treinos de corrida continua. Fiz alguns treinos, desde abaixo de 1 hora até 1h20. Foram mestres treinos mais longos que percebo alguma da crítica que li sobre o facto deste modelo não ser adequado para treinos longos. Senti que ao final de 1 hora de treino, quando a nossa passada começa a deixar de ser tão “perfeita”, falta algum apoio que é mais típico de modelos para “papar” quilómetros. Se isto é necessariamente algo mau? Não diria. Quem compra este modelo tem de saber que este é um modelo de performance e não um modelo onde vão meter 30km a um ritmo “constante” num treino para a maratona. Este é um modelo para treinos de blocos, estruturados, onde existem mudanças de velocidade. Resumidamente, estes são os parceiros ideias para treinar nas famosas Zonas 3 e 4.

Outro dos campos onde houve uma clara evolução foi na durabilidade. Apesar de ainda estar longe de os levar ao limite, parece-me que vão durar umas boas centenas de quilómetros sem grande desgaste. Entrando no campo da aderência, essencial para os tempos que vivemos (já parava de chover não acham?), essa continua impecável. As solas da Kiprun e da PUMA, são neste momento as rainhas do mercado.




Concluindo, será que estou a dizer que estes os super-trainers do mercado? Não, não interpretem isso dessa forma. Os Kiprun KD900 2 representam uma excelente aposta para quem quer um modelo para os treinos de limiar, tempo e fartlek, por um preço super competitivo face à concorrência. São também uma excelente alternativa a quem quer optar por treinar sem carbono, e guardar esse “plus” apenas para o dia da prova. São um modelo divertido, rápido, confortável e com bom aspeto. Juntando a isto um preço justo, como seria possível não recomendar os KD900 2?

Pontos Positivos
++ Amortecimento
++ Aderência
++ Responsividade
+ Peso
+ Conforto
+ Respirável
+ Durabilidade
+ Preço

Pontos "assim-assim"
- Nada a apontar.

Pontos Negativos
- Não são o modelo mais aconselhável para treinos longos. Existem super trainers melhores neste aspeto.

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análise
abril 23, 2025
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